quarta-feira, 22 de outubro de 2014

É sempre eterno enquanto dura

Quantas pessoas prometem que ficarão para sempre e se vão? Se vão. Simplesmente se vão. Sem avisar, sem escrever uma despedida, sem mandar um recadinho. Só vão. Sem mais, nem menos. Talvez até com menos, mas nunca com mais. Não há mais para quem faz juras. Jurar é o mais de todos os mais. O que acontece é que elas se vão e o que fica é a saudade. Fica também a falta, o vazio, fica o coração em pedaços, você fica. Fica só.
No momento em que você se acomodar com a solidão, quando você perceber que criou medo de se entregar a outrem, ele chega. Quando digo ele, me refiro ao dia. Esse tal dia que você, em segredo, tanto esperou. Esse tal dia o qual você não fez uma contagem regressiva, nem sabia ao certo quando chegaria, mas aguardava ansiosamente pela chegada. Ele chegou. Finalmente chegou. Ele sempre chega. E esse é aquele dia em que surge um anjo na sua vida.
Um anjo que não te permite a solidão. Um anjo que, por mais relutante que você seja, não oferecerá escapatória alguma além de esquecer o trauma anterior e aquele medo que você criou. O seu anjo parece costurar aquela sua ferida que há tanto tempo estava exposta, aberta, escancarada para qualquer um notar que você havia se ferido. Depois de um tempo ele mesmo retira os pontos e você já se tornou uma nova pessoa.
Tudo muda. Tanto muda que você, sem perceber, já está pronto pra viver toda aquela dor de novo. E, provavelmente, você vai. Só me faça um favor: não se desespere, tampouco se preocupe. Se acalme. Este ciclo não deve acabar tão cedo. Pessoas se vão para que outras melhores cheguem. E as melhores chegam. Elas também prometem. Também bagunçam. Elas não cumprem promessas. Elas, inclusive, se vão.
Mas, um dia, há de chegar alguém que fique, que cumpra, que organize tua bagunça, que te ponha nos eixos e que te ame na mesma medida infinita a qual você ama.

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